terça-feira, 26 de julho de 2011

Aluno com mais de 600 pontos no Enem poderá disputar bolsa fora

 
Aluno com mais de 600 pontos no Enem poderá disputar bolsa foraDilma anunciou investimentos públicos de R$ 3,1 milhões em programa para enviar 100 mil estudantes para intercâmbio
Estudantes e pesquisadores brasileiros das áreas de engenharia, tecnologias, ciências exatas, informática e biologia poderão disputar, em breve, bolsas de intercâmbio oferecidas pelo governo. Em abril, a presidenta Dilma Rousseff anunciou que criaria um projeto para distribuir 75 mil bolsas de intercâmbio até 2014. Nesta terça-feira, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, apresentou as linhas gerais do Programa Ciência sem Fronteiras.
A expectativa é aumentar o número de bolsistas para 100 mil com o apoio de empresários. O mérito será o critério básico para concessão dos benefícios, de acordo com o ministro. No caso das bolsas de graduação, por exemplo, os candidatos terão de apresentar pontuação superior a 600 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os destaques em programas de iniciação científica e olimpíadas de conhecimento serão valorizados. As instituições com boas notas nas avaliações do Ministério da Educação também receberão cotas adicionais de bolsas.

O benefício para os jovens inclui a manutenção no exterior, passagens aéreas, seguro-saúde e até taxas escolares, dependendo da instituição. A duração dos programas varia: há bolsas de um ano e até quatro anos.

Apoio dos empresários
O governo brasileiro espera que empresas interessadas na formação de novos talentos ou aperfeiçoamento dos próprios funcionários apoiem o projeto. Pelo programa apresentado por Mercadante, os empresários poderiam pagar taxas escolares (valores que variam entre 20 mil e 40 mil dólares ao ano por cada aluno), bolsas de manutenção (entre R$ 30 mil e R$ 50 mil) ou oferecer estágios nos próprios centros de pesquisa e desenvolvimento internacionais.

Dos cofres públicos, sairão cerca de R$ 3,1 milhões para financiar o programa. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) será responsável por distribuir 40 mil bolsas até o fim do mandato de Dilma, investindo R$ 1,7 milhão. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) concederá, no mesmo período, outras 35 mil bolsas com R$ 1,4 milhão de investimentos.

As 75 mil bolsas custeadas pelo governo serão divididas entre estudantes do ensino médio, de ensino superior, especialistas e jovens cientistas. Aos alunos de graduação, que poderão estudar um período do curso em universidades estrangeiras, serão destinadas 27,1 mil bolsas. Os cursos de doutorado-sanduíche – com duração de um ano – receberão outras 24,6 mil bolsas e outras 9,7 mil vão para doutorados integrais – com duração de quatro anos. O programa pretende oferecer 700 bolsas para treinamento de especialistas de empresas no exterior e 860 para jovens cientistas.

Prioridades
Inicialmente, áreas como engenharia, ciências exatas, biológicas e da saúde serão priorizadas (veja lista abaixo). “Enquanto a Coreia [do Sul] tem um engenheiro para cada quatro formandos, o Brasil tem uma proporção de um para cada 50 formandos”, explicou Mercadante. Segundo o ministro, o total de bolsas concedidas para a área de humanas aumentou 66% entre 2001 e 2009, enquanto nas engenharias cresceu apenas 1% no período. As bolsas para a área de ciências exatas e da terra diminuiram 16%.

Durante a apresentação, o ministro afirmou que o governo está assinando contratos com 238 universidades no exterior. A seleção será feita de acordo com os rankings da Times Higher Education e da QS World University.

Áreas prioritárias do programa:
- Engenharias e demais áreas tecnológicas;
- Ciências exatas e da terra: física, química e geociências;
- Biologia, ciências biomédicas e da saúde;
- Computação e tecnologias da informação;
- Tecnologia aeroespacial;
- Fármacos;
- Produção agrícola sustentável;
- Petróleo, gás e carvão mineral;
- Energias renováveis;
- Tecnologia mineral;
- Tecnologia nuclear;
- Biotecnologia;
- Nanotecnologia e novos materiais;
- Tecnologia de prevenção e migração de desastres naturais;
- Tecnologias de transição para a economia verde;
- Biodiversidade e bioprospecção;
- Ciências do mar;
- Indústria criativa;
- Formação de tecnólogos

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